Especialistas debatem evolução da governança sustentável no Brasil

  • 29/09/2025
(Foto: Reprodução)
Especialistas durante o painel “A Força da Governança Sustentável” Alexsander Ferraz/AT O painel "A Força da Governança Sustentável" do 2º Encontro Agenda ESG 2025 reuniu quatro especialistas com diferentes perspectivas sobre governança corporativa para debater os avanços, desafios e transformações culturais relacionadas à implementação de práticas de governança no Brasil. Participaram do debate Julio Amorim, CEO da Great Group, André Albuquerque Sant'Anna, economista do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), José Monforte, economista, e Claudio Bastos, superintendente de Governança, Riscos e Compliance na Autoridade Portuária de Santos (APS). O economista Gesner Oliveira e a Gerente de Projetos e Relações Institucionais do Grupo Tribuna, Arminda Augusto, mediaram o painel. Governança como resultado, não apenas processo Julio Amorim, da Great Group, enfatizou que as ações devem justificar as palavras quando se trata de implementar governança nas empresas. Baseado na experiência da empresa desde 2008, ele destacou que a governança deve ser vista como geradora de resultados concretos. Julio Amorim, CEO da Great Group Alexsander Ferraz/AT "Na minha visão, ter um entendimento que a governança leva resultado é fundamental. Quando a gente vai falar do projeto ESG, o empresário está preocupado enquanto vê aquele retorno ser rápido. Isso prejudica um pouco a cultura da gestão de quanto isso vai trazer de resultado", explicou Amorim. O CEO alertou para o desafio de comunicar os benefícios da governança para empresários que buscam retornos imediatos, destacando a importância da implementação e comunicação eficazes para o sucesso dos projetos ESG. Transparência como pilar fundamental André Albuquerque Sant'Anna abordou a importância da transparência para o diálogo com a sociedade e como elemento fundamental para organizações sérias. Ele destacou os avanços do BNDES nessa área desde 2017-2018. André Albuquerque Sant'Anna, economista do BNDES Alexsander Ferraz/AT "O BNDES tem trabalhado no sentido inclusivo nas empresas. O banco tem sua própria governança há algum tempo, com transparência. Desde 2017 ou 2018, todas as operações estão online, na internet você consegue baixar todas as operações que são feitas", explicou Sant'Anna. O economista também destacou a evolução dos canais de compliance e a importância dos treinamentos para funcionários identificarem problemas como possíveis ações de lavagem de dinheiro. Evolução cultural e tolerância zero Claudio Bastos, da APS, trouxe uma perspectiva histórica sobre a evolução da governança, especialmente após a Lei das Estatais (13.303) e operações policiais que marcaram o cenário corporativo brasileiro. Ele observou uma mudança significativa no comportamento ético da sociedade. "Eu percebo uma tolerância, um grau de tolerância bem menor, da sociedade como um todo em relação a desvios éticos. Hoje existe uma cultura de denuncismo, e isso é positivo", afirmou Bastos. Claudio Bastos, da Autoridade Portuária de Santos Alexsander Ferraz/AT O superintendente destacou que práticas antes normalizadas, como propina para guardas de trânsito, hoje são inaceitáveis, demonstrando uma evolução positiva do senso ético da população. Ele também mencionou que os canais de denúncia na APS funcionam efetivamente, com proteção ao denunciante e apuração rigorosa das denúncias. Bastos também abordou um desafio atual: encontrar o equilíbrio adequado entre controles necessários e eficiência operacional. Ele explicou que, após períodos de crise e operações policiais, muitas empresas implementaram controles excessivos. Segundo ele, muitas organizações estão revendo seus processos para reduzir burocracias desnecessárias sem fragilizar a proteção do compliance, buscando um modelo mais eficiente e pragmático. Complexidade tecnológica e decisões José Monforte destacou os desafios impostos pela complexidade tecnológica atual nas decisões empresariais. Ele observou que o ambiente corporativo se tornou mais complexo devido ao risco de "atropelo da tecnologia" nas empresas. O economista José Monforte Alexsander Ferraz/AT "Sistema de governança decide, e eles têm que ser transparente e plural. A dificuldade hoje está na decisão, porque o risco do atropelo da tecnologia que está dando nas empresas é um ambiente bastante complexo", afirmou Monforte. Canais de compliance em evolução Julio Amorim complementou a discussão sobre a evolução dos canais de compliance, confirmando que hoje funcionam de forma mais efetiva para apurar questões internas que no passado eram mais difíceis de investigar. André Sant'Anna reforçou essa perspectiva, destacando que questões como assédio, que há 20 anos não eram tratadas com a devida seriedade, hoje são priorizadas através de canais internos e treinamentos específicos para funcionários. Cultura como maior desafio Um consenso entre os painelistas foi que o maior desafio da governança não está nas ferramentas ou consultores disponíveis no mercado, mas na criação de uma cultura organizacional sólida. Como destacou Bastos, fazer a governança "circular na corrente sanguínea dos funcionários" é o verdadeiro desafio, que demanda tempo e persistência.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/especial-publicitario/agenda-esg/agenda-esg/noticia/2025/09/29/especialistas-debatem-evolucao-da-governanca-sustentavel-no-brasil.ghtml


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